Foi um ano de viagens marcantes. Angra dos Reis - A primeira viagem com as meninas (agora com dois meninos). Buenos Aires – A primeira viagem completamente sozinha.
Foi um ano de transformações. De cortar um cordão umbilical delicado como o de um bebê e sua mãe. Foi dolorido, mas sobrevivemos. De desfazer laços para que outros pudessem ser feitos com fitas ainda mais bonitas. Foi um ano de partidas e chegadas de pessoas na minha vida...
Tive que abrir mão de coisas que jamais pensei possível, mas recebi presentes incríveis. Quem diria que uma noite de pagode resultaria em tanta cumplicidade? Churrascos e cachorro-quente para reforçar ligações para vida toda! Uma ida ao teatro que fez surgir tantos sorrisos...
2010 foi o ano de Sex And The City, 24H, The Tudors, Boardwalk Empire, Ti Ti Ti, Homem de Ferro 2, Comer Rezar Amar, Tropa de Eleite 2, Melancia, Sushi, Tem alguém aí?, De Cuba Com Carinho, do Desabafos, Gun´s and Roses...
Também foi o ano da tragédia das chuvas, Copa do Mundo – um desastre, Eleições – primeira cobertura do TRE, exposições de arte na hora do almoço, peças de teatro depois do trabalho, das aulas de tango e de Muay Thai.
Foi o ano de casamentos, formaturas, festas de crianças, saudades, abraços, sorrisos, decepções, reencontros...
Mudança de casa para mudar toda uma vida!
Já existem sonhos e planos, mas as expectativas ficam para um 2011 de felicidade! Estive com bons amigos e descobri os maus também, uns ignorei.. outros não, ri muito, chorei, mudei um bocadinho e arrisquei seguir firme no que acredito...
Receita de Ano Novo
Para ganhar um ano-novo que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
Natalia Alves
31 de dezembro de 2010
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Desapego

O dicionário define desapego como: desafeição, desamor, indiferença, desinteresse, desprendimento. Talvez a definição da palavra desprendimento seja a mais adequada para definir desapego (Ação ou efeito de desprender, independência, abnegação, altruísmo).
Desapegar é deixar ir.
É ter sentimentos livres.
Não quer só para si.
É compartilhar.
Abrir mão.
Mas o que a gente faz quando fica diante de uma situação que nos obriga a deixar para trás metade de tudo que somos até o momento? Desapegamos? Como?
Às vezes, paramos e fazemos uma retrospectiva de todos os momentos que nos levaram a esta encruzilhada. Durante cada passo sentimos os dados em falso, mas não corrigimos. Então a encruzilhada se apresenta. E não conseguimos enxergar mais nada.
E quando digo paramos é apenas forma de dizer, porque o mundo não espera que passemos por uma encruzilhada para que outra se ponha a nossa frente. Mais os passos dados em falso que nos levaram a esta encruzilhada deixam de fazer sentido. Ficamos presos ao sentimento de perda que aquela encruzilhada representa. Não enxergamos os erros cometidos ao longo do caminho. Só desejamos que isso não esteja acontecendo...
Por que é tão difícil deixar para trás?
Seguir em frente!
Desapegar do que fomos...
Coisas que pareciam certezas deixam de fazer sentido. Mesmo assim continuamos presas a elas como tábuas de salvação. Por que é tão difícil abrir mão das coisas que nem mesmo queremos mais? Diante da encruzilhada, o medo de abrir mão de algo que pode nos fazer falta na próxima esquina, acumulamos sentimentos. Eles tomam espaço do que deveria estar em nosso coração.
Quando conseguimos desapegar daquele sentimento que deveria ter sido deixado para trás, nosso coração fica livre, nossa alma leve e a vida mais doce.
Vamos praticar o desapego?
Natalia Alves
25 de dezembro de 2010
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Passa, tudo passa!

Fases passam, pessoas passam, a vida passa.
Mas e um sentimento, passa?
Transforma!
Um amor de amantes pode se transformar em amor de amigos.
O amor de amigos pode ser incendiado pelo fogo de uma paixão.
Toda transformação em geral leva tempo. É dolorida. Mas no fim passa.
Muda! Nem parece que demorou ou doeu.
Até rimos de como pensamos ser o fim do mundo enquanto demorava e doía.
Enquanto vivemos a transformação não acreditamos que ela é possível.
Temos a certeza de que vamos amar daquela forma sozinhos para sempre.
Mas passa! Tudo passa!
Natalia Alves
25 de outubro de 2010
PS: Foto Érica Ramalho
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
O impacto de Tropa de Elite 2

Talvez quem não se interesse por política, ou quem não mora no Rio, ou quem não lembra das notícias dos velhos jornais não compartilhe da minha opinião sobre Tropa de Elite 2. A primeira piada do filme começa antes mesmo da primeira aparição do agora Coronel Nascimento. Quando em meio a tela preta aparece em letras brancas “Essa é uma obra de ficção”.
Ficção em tropa 2 são poucas. A mulher do Nascimento não casou com o deputado. O parlamentar preso não tinha programa de televisão. Embora tivesse todo jeito do apresentador, o que pode confundir a quem não “conhece”. O deputado preso lembra muitos outros que ainda hoje estão nos gabinetes da Assembleia.
A ficção desnorteia de tão real. Une as peças do quebra-cabeças que para muitos pareciam de jogos diferentes. A rebelião, a eleição do militante de Direitos Humanos, as milícias, o roubo das armas da delegacia, o assassinato dos jornalistas, a CPI das Milícias, a prisão do deputado. Todas as verdades encaixadas formando o triste retrato do Rio de Janeiro.
O didatismo com que a história recente do Rio é contada deixa qualquer um impactado por horas. Acho que os próprios personagens que inspiraram Fraga, Nascimento e outros devem ter se sentido assim. As contradições do jogo político-eleitoral são minuciosamente dissecadas como em uma palestra para estudantes primários entenderem. Os votos são o mais importante não importa as alianças.
Os inimigos agora são outros! Quem são os inimigos? Em Tropa 1 era o tráfico junto os com os consumidores burgueses defensores de Direitos Humanos. E agora? A Polícia Militar? Os Políticos corruptos? As Milícias? O SISTEMA? Como se a Polícia Militar, os milicianos, os políticos não fôssemos nós, seres corruptíveis. Cada um tem seu preço?!
Tropa 2 faz cada espectador, com seu ponto de vista, sair do cinema se questionando. Os questionamentos são muitos: Direitos Humanos X Humanos Direitos, Política de confronto X Pacificação, O Sistema X A Sociedade. São duas horas inquietantes. Acima de tudo a pergunta que não sai das nossas cabeças é: será que dá para mudar?
Enquanto votar for obrigatório a velha música dos Paralamas do Sucesso vai continuar sendo atual a cada quatro anos.
“Ao permitir que num país como o Brasil
Ainda se obrigue a votar por qualquer trocado
Por um par se sapatos, um saco de farinha
A nossa imensa massa de iletrados
Parabéns, coronéis, vocês venceram outra vez
O congresso continua a serviço de vocês
Papai, quando eu crescer, eu quero ser anão
Pra roubar, renunciar, voltar na próxima eleição”
Falando em música dos Paralamas nenhuma seria mais adequada para o final do Tropa de Elite 2 do que Calibre.
“Há quanto tempo você sente medo?
Quantos amigos você já perdeu?
Entrincheirado, vivendo em segredo
E ainda diz que não é problema seu
E a vida já não é mais vida
No caos ninguém é cidadão
As promessas foram esquecidas
Não há estado, não há mais nação”
Como disse no início do texto essas são impressões de quem gosta e trabalha com política, de quem vive no Rio de Janeiro, de quem acompanhou e se desesperou com as notícias e com os relatos dos colegas sobre o assassinato dos jornalistas, de quem ficava com dor nas mãos depois de tanto escrever durante as reuniões da CPI das Milícias, de quem ficou sem dormir depois que viu as fotos de um assassinato cometido por um miliciano (diga-se de passagem tão bem reproduzido no filme).
20 de outubro de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
O CENTRO DO RIO
Trabalhar no centro de uma cidade com o Rio de Janeiro tem muitas vantagens. Principalmente, para alguém que como eu mora do outro lado da Baia de Guanabara. Todo dia quando pego a barca para ir trabalhar aciono o botão que avisa ao meu subconsciente que é hora de trabalhar. E, quando volto, os 18 minutos da travessia servem para deixar o dia para trás. Quando desembarco na estação e olho para o Rio é como se as preocupações e as coisas por fazer estivessem longe esperando até o dia seguinte para voltar a me dominar.
Hoje aproveitei mais uma das vantagens de trabalhar no centro de uma cidade histórica e cultural. Na hora do almoço fui conferir a trajetória de Anita Malfatti. Sua pintura foi apontada com estopim do modernismo brasileiro por ícones como Tarsila do Amaral, Mario de Andrade e Oswald de Andrade. O Centro Cultural Banco do Brasil apresenta: Anita Malfatti – 120 Anos de nascimento. A exposição composta por 120 obras de 70 coleções particulares e públicas é um passeio por todas as técnicas e materiais usados pela artista ao longo da sua vida.
Um delicioso passeio entre o primeiro quadro (Burrinho correndo – 1909) assinado como Babynha e a última obra que ficou inacabada (Cristo nas ondas – 1950/60). O passeio segue pelo choque da Semana de Arte Moderna de 1922, pela simplicidade da descrição do interior do Brasil e suas festas populares, os retratos da família e dos amigos modernistas e, a que eu considero a sua fase mais bonita, que retrata suas viagens pelo mundo. Nunca fui a Veneza, mas os quadros Canal de Veneza e Veneza, Canal me fizeram sentir como seu eu tivesse conhecido sem sair do lugar. As obras feitas na Ilha Monhegan nos Estados Unidos também servem de passaporte a uma viagem sem deslocamentos.
Monterio Lobato descreveu assim o trabalho de Anita Malfatti:
Paranóia ou mistificação?
“Estas considerações são provocadas pela exposição da Sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia. Essa artista possui um talento vigoroso, fora do comum. Poucas vezes, através de uma obra torcida para má direção, se notam tantas e tão preciosas qualidades latentes. Percebe-se de qualquer daqueles quadrinhos como a sua autora é independente, como é original, como é inventiva, em que alto grau possui um sem-número de qualidades inatas e adquiridas das mais fecundas para construir uma sólida individualidade artística. Entretanto, seduzida pelas teorias do que ela chama arte moderna, penetrou nos domínios dum impressionismo discutibilíssimo, e põe todo o seu talento a serviço duma nova espécie de caricatura. Há de ter essa artista ouvido numerosos elogios à sua nova atitude estética. Há de irritar-lhe os ouvidos, como descortês impertinência, esta voz sincera que vem quebrar a harmonia de um coro de lisonjas. Entretanto, se refletir um bocado, verá que a lisonja mata e a sinceridade salva. O verdadeiro amigo de um artista não é aquele que o entontece de louvores e sim o que lhe dá uma opinião sincera, embora dura, e lhe traduz claramente, sem reservas, o que todos pensam dele por detrás.”, Monteiro Lobato.
Ainda no CCBB podemos conferir Zeróis: Ziraldo na tela grande. Uma mostra que tem como fonte as Histórias em Quadrinhos e seus Super-heróis. Mas essa vai ter que ficar para outro dia. O almoço acabou e preciso voltar ao trabalho!
A Onda - 1915/17 - Ilha de Monhegan/EUA
Anita Malfatti – 120 Anos de nascimento fica no CCBB até o dia 26 de setembro, imperdível!
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março,66
Centro do Rio de Janeiro
Aberto de terça a domingo das 9h às 21h
12 de agosto de 2010
Hoje aproveitei mais uma das vantagens de trabalhar no centro de uma cidade histórica e cultural. Na hora do almoço fui conferir a trajetória de Anita Malfatti. Sua pintura foi apontada com estopim do modernismo brasileiro por ícones como Tarsila do Amaral, Mario de Andrade e Oswald de Andrade. O Centro Cultural Banco do Brasil apresenta: Anita Malfatti – 120 Anos de nascimento. A exposição composta por 120 obras de 70 coleções particulares e públicas é um passeio por todas as técnicas e materiais usados pela artista ao longo da sua vida.
Um delicioso passeio entre o primeiro quadro (Burrinho correndo – 1909) assinado como Babynha e a última obra que ficou inacabada (Cristo nas ondas – 1950/60). O passeio segue pelo choque da Semana de Arte Moderna de 1922, pela simplicidade da descrição do interior do Brasil e suas festas populares, os retratos da família e dos amigos modernistas e, a que eu considero a sua fase mais bonita, que retrata suas viagens pelo mundo. Nunca fui a Veneza, mas os quadros Canal de Veneza e Veneza, Canal me fizeram sentir como seu eu tivesse conhecido sem sair do lugar. As obras feitas na Ilha Monhegan nos Estados Unidos também servem de passaporte a uma viagem sem deslocamentos.
Monterio Lobato descreveu assim o trabalho de Anita Malfatti:
Paranóia ou mistificação?
“Estas considerações são provocadas pela exposição da Sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia. Essa artista possui um talento vigoroso, fora do comum. Poucas vezes, através de uma obra torcida para má direção, se notam tantas e tão preciosas qualidades latentes. Percebe-se de qualquer daqueles quadrinhos como a sua autora é independente, como é original, como é inventiva, em que alto grau possui um sem-número de qualidades inatas e adquiridas das mais fecundas para construir uma sólida individualidade artística. Entretanto, seduzida pelas teorias do que ela chama arte moderna, penetrou nos domínios dum impressionismo discutibilíssimo, e põe todo o seu talento a serviço duma nova espécie de caricatura. Há de ter essa artista ouvido numerosos elogios à sua nova atitude estética. Há de irritar-lhe os ouvidos, como descortês impertinência, esta voz sincera que vem quebrar a harmonia de um coro de lisonjas. Entretanto, se refletir um bocado, verá que a lisonja mata e a sinceridade salva. O verdadeiro amigo de um artista não é aquele que o entontece de louvores e sim o que lhe dá uma opinião sincera, embora dura, e lhe traduz claramente, sem reservas, o que todos pensam dele por detrás.”, Monteiro Lobato.
Ainda no CCBB podemos conferir Zeróis: Ziraldo na tela grande. Uma mostra que tem como fonte as Histórias em Quadrinhos e seus Super-heróis. Mas essa vai ter que ficar para outro dia. O almoço acabou e preciso voltar ao trabalho!

Anita Malfatti – 120 Anos de nascimento fica no CCBB até o dia 26 de setembro, imperdível!
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março,66
Centro do Rio de Janeiro
Aberto de terça a domingo das 9h às 21h
12 de agosto de 2010
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Distância

Às vezes precisamos tomar alguma distância para enxergamos melhor aquilo que está bem próximo dos nossos olhos. Enxergar pelos olhos de alguém para tentar entender a confusão dos nossos sentimentos. Ficamos tão envolvidos em nossos problemas, ou situações rotineiras que não conseguimos pensar com clareza qual o próximo passo a dar.
Às vezes nossas rotinas nos absorvem de tal forma que ligamos o piloto automático das decisões. Vamos deixando de viver e passamos apenas a estar presente em nossas próprias vidas. E, estando presentes assistimos a vida passando. Guardamos de lembrança o que acontece a nossa volta. Colecionamos memórias. Escolhemos não fazer escolhas... Deixamos de acreditar naquilo que nos move. Às vezes chegamos até a odiar!
Às vezes quando nos distanciamos conseguimos ver claramente as não escolhas que fizemos. O resultado delas. Quando conseguimos deixá-las para traz e seguimos em frente é sinal que fomos tão longe que os erros, acertos e as conseqüências ficaram tão pequenos que parecem não ter acontecido. Então a vida pode voltar a seguir seu rumo.
Às vezes essa distância cabe em uma noite de sono. Outras vezes é maior que dias, semanas e até meses. Às vezes precisamos percorrer cidades. Outras vezes essa distância é um recomeço. Quando nos afastamos podemos ser diferentes. Não nos cobramos tanto, não cobramos tantos das pessoas. Sorrimos mais. Nos preocupamos menos. Usamos roupas mais leves. Não usamos maquiagem. E quando voltamos estamos prontos a escolher: continuar sendo quem fomos ou ser outro. Qualquer que seja a escolha deixamos para traz o peso que nos impedia de dar o próximo passo!
27 de julho de 2010
PS: Foto Érica Ramalho
sexta-feira, 30 de julho de 2010
BUENOS AIRES BUS
Todo mundo comenta sobre o nosso sotaque carioca. Do nosso jeito de falar determinadas letras e palavras. Ele foi decisivo para que os meninos me encontrassem na gigantesca fila do Buenos Aires Bus. Nessa época do ano em que nós brasileiros lotamos BsAs quem quer fazer o city tour tem que chegar no máximo até o meio dia no ponto de informações turísticas no número zero da Calle Florida. Senão não consegue comprar o ticket para o passeio pela cidade. E é bom programar alguma coisa para o tempo de espera do ônibus. Eu cheguei à fila dez e pouca da manhã e só consegui comprar para o ônibus das 14h30min. Mais voltando ao sotaque, como a fila estava grande e cheia de brasileiros fui logo me enturmando e como falo pouco o Wellington reconheceu minha voz.

Depois dos bilhetes emitidos fomos para um café. Ninguém tinha comido direito e o frio tinha voltado a incomodar. Depois do almoço fomos andar pela Florida. Paramos em uma loja de DVD e eu comprei um maravilhoso show de tango por inacreditáveis 19 pesos (isso mesmo menos de 10 reais). Mais uma coisa é bom saber sobre o serviço argentino. Eles têm seu tempo. Tanto no café quanto na loja de DVD demoramos a ser atendidos. No café por mais que a gente chamasse a garçonete confirmava que tinha nos visto chamar mais só vinha no tempo dela. E na loja de DVD uma fila com três pessoas que iriam pagar no máximo três itens demorou pelo menos uns vinte minutos. E então já estava na hora do passeio. O Buenos Aires Bus sai dali mesmo de onde são comprados os tickets e logo avistamos a Catedral Metropolitana, a Plaza de Mayo e o Cabildo. Depois percorremos toda a Avenida de Mayo.

O passeio dura cerca de duas horas e quarenta minutos quando não descemos em nenhuma das 12 paradas que ele faz. Custa setenta pesos para 24 horas e noventa para 48 horas. Cheguei a conclusão de que vale a pena comprar o de 48 horas e dividir a programação quando se tem tempo para isso é claro. São muitas informações interessantes. E achei cansativo para se fazer de uma vez só, e olha que praticamente nem desci do ônibus. Mais definitivamente vale a pena fazer esse city tour. Durante o passeio descobri, por exemplo, que a Casa Rosada tem esse tom porque antigamente se misturava o sangue de animais ao cal para impermeabilizar as paredes.
O ônibus também passa pelo Congresso, pelo deslumbrante prédio da secretaria de Agricultura, pela embaixada brasileira, pelo fascinante Puerto Madero, e lá pela Ponte da Mulher (obra do arquiteto espanhol Calatrava) segundo ele a ponte representa uma mulher dançando Tango. A ponte gira 90 graus para permitir a passagem dos navios. A construção levou 12 meses e foi concluída em 2001.





Nossa única parada foi em La Boca. Fomos ver de perto o Caminito. Local onde se instalaram os imigrantes italianos com suas casinhas coloridas. Um charme. Os shows de tango, as pinturas e esculturas dos artistas locais tudo em exposição na rua. Além da venda das lembranças da cidade. Vimos um legitimo Asado Argentino sendo preparado com a parrilla no chão. E estatuas do Maradona e de Evita Perón por todos os lados. Como dizem o Caminito só precisa ser visto uma vez, mas o colorido das casas e a alma dos artistas dalí não vão ser esquecidos. O frio que tinha dado uma trégua nos últimos dois dias voltou a incomodar.





Depois do passeio voltei para Palermo para fazer o check out do apartamento. Nem podia acreditar que já era minha última noite em Buenos Aires. Então fomos jantar no El Potrillo. O famoso restaurante de comida tradicional no incrível Puerto Madero. A decoração nos remete a um matadouro. As mesas são dispostas em uma espécie de baia. Os lustres são pendurados por ganchos como os que penduram o boi para tirar a carne. Mesmo assim o ambiente é incrivelmente agradável.

Os garçons se esforçam para tentar falar algo bem parecido com o nosso idioma. A conta vem inclusive com um recado em bom português para que o cliente confira se está correto e lembrando que os 10% não estão incluídos. Há um tempo o restaurante se chamava La Caballeriza (e ainda hoje é mais conhecido por este nome), mas os sócios brigaram e um ficou com o nome e o outro manteve o ponto e, pelo que dizem tudo exatamente como era antes na cozinha. Resultado: segundo os meninos a carne estava maravilhosa. Eu que só comi a sobremesa – panqueque de Dulce de leche posso dizer que foi uma ótima pedida. Estava simplesmente deliciosa. E o Thiago deixou todo mundo com água na boca com seu super mouse de chocolate, super bem servido. Daria tranquilamente para nós quatro....rs
A noite de despedidas foi deliciosa como nossas sobremesas. Boa comida, boa bebida, boa conversa, ambiente agradável e companhia perfeita. Me diverti muito com as tiradas sinceras do Thiago, com a timidez do Felipe e com a presença do Wellington. Muito obrigada meninos por vocês terem transformado a minha viagem. Por terem me recebido tão bem na viagem de vocês. Por terem sido ótimas companhias. Por terem me ensinado tanto. Toda vez que eu voltar a Buenos Aires vou sentir falta de vocês. Espero que vocês estejam se divertindo muito em Ushuaia! Quando voltarem me mandem as fotos porque na minha máquina não tem nenhuma de nós quatro juntos! E, Thiago meu dia de sorte começou quando eu conheci vocês...
22 de julho de 2010
Depois dos bilhetes emitidos fomos para um café. Ninguém tinha comido direito e o frio tinha voltado a incomodar. Depois do almoço fomos andar pela Florida. Paramos em uma loja de DVD e eu comprei um maravilhoso show de tango por inacreditáveis 19 pesos (isso mesmo menos de 10 reais). Mais uma coisa é bom saber sobre o serviço argentino. Eles têm seu tempo. Tanto no café quanto na loja de DVD demoramos a ser atendidos. No café por mais que a gente chamasse a garçonete confirmava que tinha nos visto chamar mais só vinha no tempo dela. E na loja de DVD uma fila com três pessoas que iriam pagar no máximo três itens demorou pelo menos uns vinte minutos. E então já estava na hora do passeio. O Buenos Aires Bus sai dali mesmo de onde são comprados os tickets e logo avistamos a Catedral Metropolitana, a Plaza de Mayo e o Cabildo. Depois percorremos toda a Avenida de Mayo.
O passeio dura cerca de duas horas e quarenta minutos quando não descemos em nenhuma das 12 paradas que ele faz. Custa setenta pesos para 24 horas e noventa para 48 horas. Cheguei a conclusão de que vale a pena comprar o de 48 horas e dividir a programação quando se tem tempo para isso é claro. São muitas informações interessantes. E achei cansativo para se fazer de uma vez só, e olha que praticamente nem desci do ônibus. Mais definitivamente vale a pena fazer esse city tour. Durante o passeio descobri, por exemplo, que a Casa Rosada tem esse tom porque antigamente se misturava o sangue de animais ao cal para impermeabilizar as paredes.
O ônibus também passa pelo Congresso, pelo deslumbrante prédio da secretaria de Agricultura, pela embaixada brasileira, pelo fascinante Puerto Madero, e lá pela Ponte da Mulher (obra do arquiteto espanhol Calatrava) segundo ele a ponte representa uma mulher dançando Tango. A ponte gira 90 graus para permitir a passagem dos navios. A construção levou 12 meses e foi concluída em 2001.
Nossa única parada foi em La Boca. Fomos ver de perto o Caminito. Local onde se instalaram os imigrantes italianos com suas casinhas coloridas. Um charme. Os shows de tango, as pinturas e esculturas dos artistas locais tudo em exposição na rua. Além da venda das lembranças da cidade. Vimos um legitimo Asado Argentino sendo preparado com a parrilla no chão. E estatuas do Maradona e de Evita Perón por todos os lados. Como dizem o Caminito só precisa ser visto uma vez, mas o colorido das casas e a alma dos artistas dalí não vão ser esquecidos. O frio que tinha dado uma trégua nos últimos dois dias voltou a incomodar.
Depois do passeio voltei para Palermo para fazer o check out do apartamento. Nem podia acreditar que já era minha última noite em Buenos Aires. Então fomos jantar no El Potrillo. O famoso restaurante de comida tradicional no incrível Puerto Madero. A decoração nos remete a um matadouro. As mesas são dispostas em uma espécie de baia. Os lustres são pendurados por ganchos como os que penduram o boi para tirar a carne. Mesmo assim o ambiente é incrivelmente agradável.
Os garçons se esforçam para tentar falar algo bem parecido com o nosso idioma. A conta vem inclusive com um recado em bom português para que o cliente confira se está correto e lembrando que os 10% não estão incluídos. Há um tempo o restaurante se chamava La Caballeriza (e ainda hoje é mais conhecido por este nome), mas os sócios brigaram e um ficou com o nome e o outro manteve o ponto e, pelo que dizem tudo exatamente como era antes na cozinha. Resultado: segundo os meninos a carne estava maravilhosa. Eu que só comi a sobremesa – panqueque de Dulce de leche posso dizer que foi uma ótima pedida. Estava simplesmente deliciosa. E o Thiago deixou todo mundo com água na boca com seu super mouse de chocolate, super bem servido. Daria tranquilamente para nós quatro....rs
A noite de despedidas foi deliciosa como nossas sobremesas. Boa comida, boa bebida, boa conversa, ambiente agradável e companhia perfeita. Me diverti muito com as tiradas sinceras do Thiago, com a timidez do Felipe e com a presença do Wellington. Muito obrigada meninos por vocês terem transformado a minha viagem. Por terem me recebido tão bem na viagem de vocês. Por terem sido ótimas companhias. Por terem me ensinado tanto. Toda vez que eu voltar a Buenos Aires vou sentir falta de vocês. Espero que vocês estejam se divertindo muito em Ushuaia! Quando voltarem me mandem as fotos porque na minha máquina não tem nenhuma de nós quatro juntos! E, Thiago meu dia de sorte começou quando eu conheci vocês...
22 de julho de 2010
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Jardín Japonés
O dia estava lindo! O sol esquentava o corpo. Não precisei sair de casa cheia de roupa. Fui cambiar uns reais por pesos antes de ligar para os meninos. Tínhamos combinado de fazer o City Tour no Buenos Aires Bus. Andei as trinta quadras da Avenida Santa Fé e mais algumas da Avenida Del Libertador. Não consegui falar com os meninos e resolvi descansar um pouco conhecendo o Jandín Japonés. Um presente da comunidade japonesa a cidade. No coração de um grande centro urbano a serenidade da cultura japonesa.

O som da cascata, o lago com carpas coloridas, a cerejeira florindo, a ponte sobre o lago, tudo para construir uma atmosfera de tranqüilidade. Dá vontade de passar o dia todo sentindo aquela paz...






Também conheci o jardim zoológico e o jardim botânico, mas esqueci de passar as fotos para o computador e não tinha mais espaço no cartão de memória. Essas fotos também vão ter que ficar para a próxima vez. Depois de tanto andar meu pé estava doendo e com algumas bolhas. Então resolvi voltar para casa e me preparar para mais uma noite de tango. Nós não sabíamos, mas era uma noite beneficente com direito a apresentações. Vimos até o sapato da dançarina voar no gran finale. Pena que meu pé não me permitiu dançar.
21 de julho de 2010
O som da cascata, o lago com carpas coloridas, a cerejeira florindo, a ponte sobre o lago, tudo para construir uma atmosfera de tranqüilidade. Dá vontade de passar o dia todo sentindo aquela paz...
Também conheci o jardim zoológico e o jardim botânico, mas esqueci de passar as fotos para o computador e não tinha mais espaço no cartão de memória. Essas fotos também vão ter que ficar para a próxima vez. Depois de tanto andar meu pé estava doendo e com algumas bolhas. Então resolvi voltar para casa e me preparar para mais uma noite de tango. Nós não sabíamos, mas era uma noite beneficente com direito a apresentações. Vimos até o sapato da dançarina voar no gran finale. Pena que meu pé não me permitiu dançar.
21 de julho de 2010
Sorte
Depois de me render ao tango o dia seguinte trouxe de volta o sol e os passeios de turista. Peguei novamente o subte para o centro. Desci na estação Catedral e fiquei deslumbrada com a visão da Catedral Metropolitana de Buenos Aires. É impossível não ficar maravilhado com a arquitetura do lugar, com os mosaicos no chão, com as esculturas.

Do outro lado da rua a Plaza de Mayo e a Casa Rosada.


No lado oposto a Casa Rosada está o Cabildo. O prédio funcionou como quartel general de onde os revolucionários deram os primeiros passos rumo à independência da Argentina. Este é o ano do bicentenário da Revolução de Mayo. No Cabildo funciona um museu com vários objetos da época, incluindo uma prensa tipográfica.

Saí de lá e continuei caminhando pela Avenida de Mayo sem conseguir deixar de observar as belezas dos prédios com arquitetura francesa. O edifício que hoje é ocupado pela Casa de Cultura foi a sede do jornal “La Prensa”. Ainda não sabia disso quando fiquei hipnotizada pela construção a minha frente. O espanto foi tanto que quase não fotografei. No primeiro andar fica o Salão Dourado, uma cópia de um dos salões do Palácio de Versalles. Impossível descrever. Vou ter que voltar lá para tirar fotos ao lado da estátua de bronze que segura uma tocha e uma folha escrita, como símbolo da liberdade de imprensa.

Andei mais algumas quadras para encontrar os meninos no Café Tortoni. Outra parada obrigatória em Buenos Aires. Quando cheguei tinha fila para entrar. O que não foi um problema já que o dia estava agradável e a companhia também. Sentamos em uma mesinha na entrada do café de onde tínhamos uma visão geral daquela maravilha. A construção de 1858 está inteiramente preservada e não fosse pelas delícias servidas ali poderia facilmente ser um museu.

O café mais antigo de BsAs foi sede da reunião de intelectuais portenhos representados pelas estátuas de Jorge Luis Borges (poeta), Carlos Gardel (cantor de Tango) e Alfonsina Storni (poetisa).

Depois da intensa sessão de fotos continuamos caminhando pela Avenida de Mayo e seu entorno. Quando já estava caindo a tarde e só conseguíamos pensar no tango da noite o Wellington me levou para conhecer as fábricas/lojas de sapatos de Tango.

De lá fomos para um café na Calle Florida y Corrientes. Da nossa mesa a agitação da rua parecia estar em slow motion. Já a nossa conversa rolava em ritmo acelerado. Tínhamos tanto a dizer... Antes de pegar o metro de volta para “casa” resolvemos ir para uma milonga diferente. La Viruta na Associação Armênia. Quando cheguei o Wellington já me esperava devidamente “vestido” com seu mais novo sapato de tango!

Ainda tentamos jantar no restaurante do club. O garçom não gostou da hora que resolvemos sentir fome. Mais a sorte estava do nosso lado. Na esquina um barzinho descolado. Sanduíches, Marguerita e risadas. E de volta ao tango que a paixão estava apenas começando...
20 de julho de 2010
Do outro lado da rua a Plaza de Mayo e a Casa Rosada.
No lado oposto a Casa Rosada está o Cabildo. O prédio funcionou como quartel general de onde os revolucionários deram os primeiros passos rumo à independência da Argentina. Este é o ano do bicentenário da Revolução de Mayo. No Cabildo funciona um museu com vários objetos da época, incluindo uma prensa tipográfica.
Saí de lá e continuei caminhando pela Avenida de Mayo sem conseguir deixar de observar as belezas dos prédios com arquitetura francesa. O edifício que hoje é ocupado pela Casa de Cultura foi a sede do jornal “La Prensa”. Ainda não sabia disso quando fiquei hipnotizada pela construção a minha frente. O espanto foi tanto que quase não fotografei. No primeiro andar fica o Salão Dourado, uma cópia de um dos salões do Palácio de Versalles. Impossível descrever. Vou ter que voltar lá para tirar fotos ao lado da estátua de bronze que segura uma tocha e uma folha escrita, como símbolo da liberdade de imprensa.
Andei mais algumas quadras para encontrar os meninos no Café Tortoni. Outra parada obrigatória em Buenos Aires. Quando cheguei tinha fila para entrar. O que não foi um problema já que o dia estava agradável e a companhia também. Sentamos em uma mesinha na entrada do café de onde tínhamos uma visão geral daquela maravilha. A construção de 1858 está inteiramente preservada e não fosse pelas delícias servidas ali poderia facilmente ser um museu.

O café mais antigo de BsAs foi sede da reunião de intelectuais portenhos representados pelas estátuas de Jorge Luis Borges (poeta), Carlos Gardel (cantor de Tango) e Alfonsina Storni (poetisa).

Depois da intensa sessão de fotos continuamos caminhando pela Avenida de Mayo e seu entorno. Quando já estava caindo a tarde e só conseguíamos pensar no tango da noite o Wellington me levou para conhecer as fábricas/lojas de sapatos de Tango.
De lá fomos para um café na Calle Florida y Corrientes. Da nossa mesa a agitação da rua parecia estar em slow motion. Já a nossa conversa rolava em ritmo acelerado. Tínhamos tanto a dizer... Antes de pegar o metro de volta para “casa” resolvemos ir para uma milonga diferente. La Viruta na Associação Armênia. Quando cheguei o Wellington já me esperava devidamente “vestido” com seu mais novo sapato de tango!
“Ele prendeu-a em seus braços
Puxou o corpo dela contra o seu
Olhou-a com profundidade
Com o silêncio do olhar confessou sua paixão
O som forte e poderoso ditava o ritmo da dança
Os corpos dominados pela sensualidade e paixão
Ele comandou o espetáculo
Ela deixou-se levar
Os gemidos do bandoneón argentino guiavam o entrelaçar das pernas
A sedução de cada passo
Olhos fechados, coração disparado, respiração ofegante
O bailado termina em rendição
Dele ou dela? Dos dois
Acorde final
Eles se submetem a paixão pelo tango“
Ainda tentamos jantar no restaurante do club. O garçom não gostou da hora que resolvemos sentir fome. Mais a sorte estava do nosso lado. Na esquina um barzinho descolado. Sanduíches, Marguerita e risadas. E de volta ao tango que a paixão estava apenas começando...
20 de julho de 2010
domingo, 25 de julho de 2010
BsAs Pasión de Tango
Ainda chovia e fazia aquele frio de doer em BsAs. Decidi procurar uma escola de tango para fazer um programa diferente. Eu não sabia que isso ia mudar tudo! Começou uma nova viagem...
Peguei o subte para o centro.

Desci na Calle Florida andei algumas quadras até a avenida Córdoba e lá estava a imponente Galeria Pacífico. O edifício foi construído para abrigar um grande supermercado, mas por problemas econômicos nunca chegou a funcionar. Após algumas tentativas frustradas de implementar lojas comerciais no local, o imóvel foi reformado e inaugurado como uma galeria comercial. O centro do edifício é abobadado como iluminação especial para destacar os afrescos pintados no teto. Lindo!
No centro comercial também está localizado o Centro Cultural Borges. E lá a Escuela Argentina de Tango. Onde eu fiz minha primeira aula de Tango.

Eu não imaginava, mas eu ganhei muito mais daquela aula do que aprender alguns passos de Tango... Conheci pessoas especiais que mudaram o rumo da minha viagem!
Ainda no Centro Cultural Borges assistimos ao show Buenos Aires Pasión de Tango. O show é mesmo apaixonante...

Saí de lá ainda mais apaixonada por Tango. Peguei o subte de volta a Palermo para me preparar para o Salón Canning. É uma Milonga freqüentada principalmente pelos argentinos. O Salão praticamente não fica vazio. É um verdadeiro espetáculo. Os pares de dançarinos fazem o salão girar com incríveis cruzadas de pernas. É inacreditável como eles não se batem e encontram os únicos espaços em que os pés podem estar. Mesmo para quem não dança vale a pena ir só para assistir. Foi no Canning que realmente aprendi os primeiros passos do Tango. O Wellington teve muita paciência comigo. E eu tive muita sorte em conhecê-los...
Cheguei em casa às cinco da manhã!
19 de julho de 2010
Peguei o subte para o centro.

Desci na Calle Florida andei algumas quadras até a avenida Córdoba e lá estava a imponente Galeria Pacífico. O edifício foi construído para abrigar um grande supermercado, mas por problemas econômicos nunca chegou a funcionar. Após algumas tentativas frustradas de implementar lojas comerciais no local, o imóvel foi reformado e inaugurado como uma galeria comercial. O centro do edifício é abobadado como iluminação especial para destacar os afrescos pintados no teto. Lindo!

No centro comercial também está localizado o Centro Cultural Borges. E lá a Escuela Argentina de Tango. Onde eu fiz minha primeira aula de Tango.
Eu não imaginava, mas eu ganhei muito mais daquela aula do que aprender alguns passos de Tango... Conheci pessoas especiais que mudaram o rumo da minha viagem!
Ainda no Centro Cultural Borges assistimos ao show Buenos Aires Pasión de Tango. O show é mesmo apaixonante...
Saí de lá ainda mais apaixonada por Tango. Peguei o subte de volta a Palermo para me preparar para o Salón Canning. É uma Milonga freqüentada principalmente pelos argentinos. O Salão praticamente não fica vazio. É um verdadeiro espetáculo. Os pares de dançarinos fazem o salão girar com incríveis cruzadas de pernas. É inacreditável como eles não se batem e encontram os únicos espaços em que os pés podem estar. Mesmo para quem não dança vale a pena ir só para assistir. Foi no Canning que realmente aprendi os primeiros passos do Tango. O Wellington teve muita paciência comigo. E eu tive muita sorte em conhecê-los...
"O Tango é a dança da carne, do desejo, dos corpos entrelaçados. É um diálogo novo, a sedução feita movimento, o ir e o vir, encontro de dois mundos. É um baile exibicionista, freneticamente belo que ronda sem temores o universo do lúdico. O casal de baile roça os seus sapatos entre sensuais carícias enquanto o atónito espectador ocasional, eterno "voyeur", se fascina e deslumbra com o ardor do tácito romance entre os dançarinos", autor desconhecido.
Cheguei em casa às cinco da manhã!
19 de julho de 2010
sábado, 24 de julho de 2010
O COMEÇO DA MUDANÇA DE PLANOS
Dia de chuva, frio, shoppings e museu em Buenos Aires

No segundo dia da viagem Buenos Aires amanheceu chuvosa e muito gelada. O frio fazia o corpo doer. Tive que mudar completamente meus planos. A idéia inicial era conhecer a feira de antiguidades em San Telmo, mas com a chuva e principalmente com o frio preferi conhecer o Alto Palermo. Um shopping típico para quem tem muito dinheiro. Com suas lojas da Dior, Cacharel, Christian Lacroix e Apple.
Depois de muitas voltas, almoço, luvas novas e um guarda-chuva peguei um taxi para o Malba – Museu de artes latinoamericano de Buenos Aires. Já na entrada me apaixonei pelo lugar.

O Malba é claro, amplo e muito bem cuidado.Para começar, o próprio prédio do museu é uma atração: as paredes de vidro e as clarabóias permitem à área central, de pé-direito altíssimo, receber luz.O prédio também tem um terraço com esculturas, rodeadas por árvores. Uma bela construção. É um museu privado, que foi fundado por Eduardo Constantini em 2001. O colecionador argentino comprou o quadro Abaporu de Tarsila do Amaral por uma bagatela de US$1.500.000. Foi a tela mais cara vendida no Brasil até hoje segundo o site oficial da pintora. No primeiro piso funcionam a bilheteria, um centro cultural com cinema e auditório, um café muito charmoso, uma lojinha e uma livraria que é um escândalo! O segundo piso abriga a exposição permanente como mais de 200 obras. Entre elas os impressionantes: Autorretrato con Chango y Loro de Frida Kahlo, a Festa de São João de Portinari, as mulheres com frutas e cena de rua de Di Cavalcanti entre tantos outros.

No terceiro uma exposição de fotos de uma americano. Particularmente não gostei. Mais a exposição permanente com obras de artistas brasileiros que eu só tinha visto em fotos faz o ingresso de 20 pesos valer muito a pena. As fotos do Robert Mapplethorpe ficam no Malba até o dia 2 de agosto.

Quando saí do Malba ventava tão forte que corri até o shopping que fica atrás do museu. Confesso que nem lembro o nome. Entrei mesmo para fugir do frio. E como dentro do shopping tinha um Carrefour aproveitei para comprar o maravilhoso Dulce de leche Colonial La Serenisima (obrigada Fernanda por me apresentar a essa maravilha).
Voltei para casa, me arrumei e fui conhecer as famosas empanadas do El Sanjuanino.
O lugar é simples e aconchegante. E as empanadas merecem o título que tem de as melhores de BsAs. A fama é tanta que a porta do pequeno restaurante não parava fechada.

Era um entra e sai de gente comprando empanadas a quatro pesos para levar para casa que o aquecimento não dava conta. Então pedi uma sopa de lentilha com carnes para esquentar. Uma delícia! E é claro que também voltei para casa com algumas empanadas para o café da manhã.
No segundo dia da viagem Buenos Aires amanheceu chuvosa e muito gelada. O frio fazia o corpo doer. Tive que mudar completamente meus planos. A idéia inicial era conhecer a feira de antiguidades em San Telmo, mas com a chuva e principalmente com o frio preferi conhecer o Alto Palermo. Um shopping típico para quem tem muito dinheiro. Com suas lojas da Dior, Cacharel, Christian Lacroix e Apple.
Depois de muitas voltas, almoço, luvas novas e um guarda-chuva peguei um taxi para o Malba – Museu de artes latinoamericano de Buenos Aires. Já na entrada me apaixonei pelo lugar.
O Malba é claro, amplo e muito bem cuidado.Para começar, o próprio prédio do museu é uma atração: as paredes de vidro e as clarabóias permitem à área central, de pé-direito altíssimo, receber luz.O prédio também tem um terraço com esculturas, rodeadas por árvores. Uma bela construção. É um museu privado, que foi fundado por Eduardo Constantini em 2001. O colecionador argentino comprou o quadro Abaporu de Tarsila do Amaral por uma bagatela de US$1.500.000. Foi a tela mais cara vendida no Brasil até hoje segundo o site oficial da pintora. No primeiro piso funcionam a bilheteria, um centro cultural com cinema e auditório, um café muito charmoso, uma lojinha e uma livraria que é um escândalo! O segundo piso abriga a exposição permanente como mais de 200 obras. Entre elas os impressionantes: Autorretrato con Chango y Loro de Frida Kahlo, a Festa de São João de Portinari, as mulheres com frutas e cena de rua de Di Cavalcanti entre tantos outros.

No terceiro uma exposição de fotos de uma americano. Particularmente não gostei. Mais a exposição permanente com obras de artistas brasileiros que eu só tinha visto em fotos faz o ingresso de 20 pesos valer muito a pena. As fotos do Robert Mapplethorpe ficam no Malba até o dia 2 de agosto.

Quando saí do Malba ventava tão forte que corri até o shopping que fica atrás do museu. Confesso que nem lembro o nome. Entrei mesmo para fugir do frio. E como dentro do shopping tinha um Carrefour aproveitei para comprar o maravilhoso Dulce de leche Colonial La Serenisima (obrigada Fernanda por me apresentar a essa maravilha).
Voltei para casa, me arrumei e fui conhecer as famosas empanadas do El Sanjuanino.
O lugar é simples e aconchegante. E as empanadas merecem o título que tem de as melhores de BsAs. A fama é tanta que a porta do pequeno restaurante não parava fechada.
Era um entra e sai de gente comprando empanadas a quatro pesos para levar para casa que o aquecimento não dava conta. Então pedi uma sopa de lentilha com carnes para esquentar. Uma delícia! E é claro que também voltei para casa com algumas empanadas para o café da manhã.
Buenos Aires - Primeiras impressões
Olhando pela janela do avião o sol brilhava forte e o meu primeiro dia em Buenos Aires estava lindo. Mas ao desembarcar o sol que brilhava não estava tão forte e o ventinho gelava o corpo. Ainda assim estava lindo.
Depois de passar pela imigração e receber o primeiro carimbo no meu novo passaporte desembarquei em um verdadeiro formigueiro humano. O saguão do aeroporto de Ezeiza estava completamente lotado. Com o atraso na partida do vôo estava atrasada, com fome e em uma fila enorme para fazer o câmbio no Banco La Nacion (a melhor cotação 2,12 pesos para cada 1 real). E nem parecia que eu estava na Argentina. Para todo lado só se falava português!
Depois de uma hora de espera no La Nacion fui para o guichê da Vip Car. Fui muito bem recebida e atendida. Como estava mais de uma hora atrasada eles localizaram a indicada da BYT Argentina que me receberia no apartamento e fui até o taxi que me levaria ao meu primeiro endereço portenho: Las heras y Bulnes.
No caminho segundo Jorge, o simpático taxista, o campo de treinamento da seleção argentina. Assim como no Rio, em Buenos Aires também tem favela perto do aeroporto. Passamos por dois pedágios. E depois de mais ou menos 35 minutos cheguei a Palermo e a Ana me esperava com o aquecedor do apartamento ligado! Não tenho como descrever a eficiência, a atenção e o ótimo serviço de reserva de apartamentos da BYT Argentina. O apartamento era exatamente o anunciado. Recomendo!
Já instalada fui dar uma volta no quarteirão e procurar alguma coisa para comer. Estava morrendo de fome. Só tinha tomado café da manhã e já eram cinco e pouca da tarde. O frio me impediu de dar a volta completa. Parei no café Volta. Pedi um tostado de Jamon y Queso e um café volta (café com conhaque e creme). O tostado estava uma delícia e o café bem forte com bastante gosto de conhaque.
Na volta para casa parei em um Kiosko. Uma espécie de loja de conveniência que em Buenos Aires você encontra em toda esquina. Comprei água, alfajor Jorgito e sanduíches para o café da manhã. Aliás o alfajor Jorgito custa apenas quatro pesos a embalagem com seis unidades e é simplesmente delicioso.
A noite devidamente cheia de roupa fui jantar no Miranda. Uma parrilla muito bem definida pelos destemperados como Cool. Os garçons são jovens e, em sua maioria, bonitos e estilosos. O ambiente em meia luz e o som do tango eletrônico dão ainda mais charme ao lugar. Ir a Buenos Aires e não comer empanadas não é ir a BsAs. Então de entrada empanadas de lomo. Elas vieram acompanhadas de um molho de pimenta ideal para aquecer o corpo de frio que fazia. O prato principal ojo de Bife com pimentão vermelho e batatas asadas. Pode parecer estranho, mas a combinação da carne com o pimentão era perfeita e o colorido do prato um convite ao pecado da gula. Queria muito comer o crepe de Dulce de leche, mas o tamanho do bife me impediu.
Estava cansada de ter acordado cedo para viajar então voltei para casa e assisti “A procura da felicidade” em espanhol antes de me render aos aconchegantes braços de morfeu.
Miranda
Costa Rica 5602, y Fitz Roy - Palermo
Buenos Aires
Fone: (54 11) 4771.4255
http://www.parrillamiranda.com/
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17 de julho de 2010
sábado, 17 de julho de 2010
28D
Ela estava sentada no meio da sala de embarque tão alheia ao vai e vem e ao barulho que os outros passageiros faziam que nem parecia ali. Ela não conseguia se desprender dos seus planos e anseios para aquela tão esperada viagem. Repassava mentalmente cada detalhe. Não deixava de olhar para o monitor e contar o tempo que faltava para o embarque. Quando a voz no alto falante anunciou o atraso na chegada da aeronave suspirou profundamente.
Enfim iniciado o embarque. Seus companheiros de poltrona eram dois senhores. Para ela o corredor e o ocupante da janela que parecia estar em mais uma viagem rotineira fechou a janela e dormiu. Ela pensou que ele não merecia estar sentado ali já que não queria aproveitar a vista. E imediatamente se repreendeu! Relaxa, desencana, aproveita as férias... E depois de uma decolagem tranquila ela relaxou e também dormiu.
Ao acordar e olhar para janela do outro lado viu que o dia não estava mais chuvoso e cinzento. O sol brilhava forte e as nuvens ajudavam a fazer o céu ainda mais bonito. O comandante Carlos anunciou: três graus em Buenos Aires e a previsão para a noite é de menos cinco graus. Ela se aconchegou em seu casaco e mais uma vez esperou o tempo passar...
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