Do outro lado da rua a Plaza de Mayo e a Casa Rosada.
No lado oposto a Casa Rosada está o Cabildo. O prédio funcionou como quartel general de onde os revolucionários deram os primeiros passos rumo à independência da Argentina. Este é o ano do bicentenário da Revolução de Mayo. No Cabildo funciona um museu com vários objetos da época, incluindo uma prensa tipográfica.
Saí de lá e continuei caminhando pela Avenida de Mayo sem conseguir deixar de observar as belezas dos prédios com arquitetura francesa. O edifício que hoje é ocupado pela Casa de Cultura foi a sede do jornal “La Prensa”. Ainda não sabia disso quando fiquei hipnotizada pela construção a minha frente. O espanto foi tanto que quase não fotografei. No primeiro andar fica o Salão Dourado, uma cópia de um dos salões do Palácio de Versalles. Impossível descrever. Vou ter que voltar lá para tirar fotos ao lado da estátua de bronze que segura uma tocha e uma folha escrita, como símbolo da liberdade de imprensa.
Andei mais algumas quadras para encontrar os meninos no Café Tortoni. Outra parada obrigatória em Buenos Aires. Quando cheguei tinha fila para entrar. O que não foi um problema já que o dia estava agradável e a companhia também. Sentamos em uma mesinha na entrada do café de onde tínhamos uma visão geral daquela maravilha. A construção de 1858 está inteiramente preservada e não fosse pelas delícias servidas ali poderia facilmente ser um museu.

O café mais antigo de BsAs foi sede da reunião de intelectuais portenhos representados pelas estátuas de Jorge Luis Borges (poeta), Carlos Gardel (cantor de Tango) e Alfonsina Storni (poetisa).

Depois da intensa sessão de fotos continuamos caminhando pela Avenida de Mayo e seu entorno. Quando já estava caindo a tarde e só conseguíamos pensar no tango da noite o Wellington me levou para conhecer as fábricas/lojas de sapatos de Tango.
De lá fomos para um café na Calle Florida y Corrientes. Da nossa mesa a agitação da rua parecia estar em slow motion. Já a nossa conversa rolava em ritmo acelerado. Tínhamos tanto a dizer... Antes de pegar o metro de volta para “casa” resolvemos ir para uma milonga diferente. La Viruta na Associação Armênia. Quando cheguei o Wellington já me esperava devidamente “vestido” com seu mais novo sapato de tango!
“Ele prendeu-a em seus braços
Puxou o corpo dela contra o seu
Olhou-a com profundidade
Com o silêncio do olhar confessou sua paixão
O som forte e poderoso ditava o ritmo da dança
Os corpos dominados pela sensualidade e paixão
Ele comandou o espetáculo
Ela deixou-se levar
Os gemidos do bandoneón argentino guiavam o entrelaçar das pernas
A sedução de cada passo
Olhos fechados, coração disparado, respiração ofegante
O bailado termina em rendição
Dele ou dela? Dos dois
Acorde final
Eles se submetem a paixão pelo tango“
Ainda tentamos jantar no restaurante do club. O garçom não gostou da hora que resolvemos sentir fome. Mais a sorte estava do nosso lado. Na esquina um barzinho descolado. Sanduíches, Marguerita e risadas. E de volta ao tango que a paixão estava apenas começando...
20 de julho de 2010
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